5.01.2014

Pluto



A reinterpretação, da obra do Tezuka (AstroBoy), pelas incríveis mãos do Naoki Urasawa (Pluto), é extraordinária.

Diferentemente da primeira, que fora feita para o público mais infantil, Pluto se aprofunda muito nas questões emocionais entre robôs mais tecnologicamente evoluídos, com AI perfeitas, que se questionam o motivo de serem usados por seres humanos para guerrear, sendo que eles nem ao menos sentem ódio (ou será que também sentem?).

Urasawa destrincha princípios éticos e morais (robôs não são seres humanos, portanto devem servir aos seus senhores; eles são simplesmente objetos, sucata, devem ser explorados e descartados quando não prestarem mais. Seria isso correto?), racionais e emocionais, questionamentos e impasses sobre o que viria a ser o certo e o errado em uma sociedade divida. Partindo sempre de diversos pontos de vista.
Num contexto geral, o que é certo para um, pode não ser certo para outrem, tudo depende de suas vivências e forma de pensar.

Numa sociedade evoluída ao ponto de ter humanos e robôs convivendo e interagindo naturalmente, seria possível que, apesar de existirem leis e normas de fabricação, que não permitam que esses mesmos robôs matem seres humanos, eles possam cometer algum crime? E se bugarem? Humanos em contrapartida podem fazer o que quiserem com os robôs? Todos fazem parte de uma 'humanidade' que não é só composta por pessoas, mais também ciborgues, androides, uma humanidade também humanoide...

Pluto pra mim, é uma obra de arte, que merece ser lida não só uma ou duas vezes, pois se buscarmos enxergar mais a fundo, engloba muitos assuntos que estão acontecendo agora mesmo, estão no nosso dia-a-dia, por mais que a Inteligência Artificial não esteja tão presente no nosso cotidiano e que precisam apenas, de um pouco mais de atenção.