1.01.2013

Hunter x Hunter | Parte I



Hunter x Hunter



“Hunter é o caçador de criaturas mágicas, tesouros, criminosos...”

Esta é a definição de Hunter segundo a edição brasileira publicada pela JBC para os heróis de Hunter x Hunter, mangá criado por Yoshihiro Togashi (autor de Yu Yu Hakusho e Level E) e publicado no Japão pela revista Shonen Jump.





Contudo, o herói da trama, Gon Freecs, tem uma motivação que vai além da descrita nesta definição. Ao ser salvo das garras de uma criatura mágica por Kaito, Gon descobre que este se trata de um Hunter, e que seu pai, também um Hunter, é seu mestre. Este encontro ascende em Gon uma vontade implacável de encontrar seu pai, e o garoto deixa sua ilha para prestar o famoso Exame Hunter, a fim de se tornar também parte desta, que notoriamente é a casta mais elevada do universo de Hunter x Hunter.
Bom, ao leitor que não conhece a história pode parecer que este é um enredo bem pouco original, afinal não são raras as histórias de garotos que sonham em encontrar seus pais e que, portanto, se lançam em aventuras; mas é importante ressaltar que, não obstante o enredo simples – em sua essência – o grande trunfo de Hunter x Hunter é a forma como o Togashi arma e desenrola a trama.



Exame Hunter


Sem os habituais capítulos introdutórios que, às vezes, desencorajam os leitores, Hunter x Hunter vai direto ao ponto, e já no primeiro capítulo Gon já está a bordo do navio que o levará as suas aventuras. Inocente, talvez mais do que sua pouca idade (12 anos) tolerasse, Gon se vê em meio a uma tripulação hostil, todos alimentando o mesmo desejo: tonar-se um Hunter profissional.

Entre eles, dois que se tornarão parte da espinha dorsal da história (ao menos neste princípio): Kurapica e Leório.
O primeiro conta com mais uma motivação dessas que os leitores estão carecas de ler: vingança por seu povo dizimado. Kurapica sonha em ser um Hunter de Lista Negra (caçador de criminosos); a princípio se mostra arrogante, porém perspicaz e muito inteligente e, em parte por sua história clichê (aqui é importante fazer uma ressalva: a história de Kurapica fica bem mais interessante no decorrer do mangá, e isso será tratado mais pormenorizadamente no momento oportuno) acabou sendo odiado por muitos fãs da série.
Leório se mostra ganancioso, alegando buscar apenas benefícios financeiros da posição de Hunter, mas, mais tarde, ele revela a sua real motivação que, aliás, é bem mais nobre: quer ser médico e precisa de dinheiro para custear seus estudos.
Dessa forma Togashi já lança, sem rodeios, três de seus principais personagens, com os quais o leitor já vai se afeiçoando, seja para o bem, ou para o mal.
Os três (Gon, Kurapica e Leório) passam por algumas provações até finalmente chegar ao local do Exame, onde encontram um ambiente austero e concorrentes frios.
Aqui apresentasse outro personagem principal e um dos fios-condutores da série: Killua.
Um garoto da idade de Gon, que rapidamente tornasse seu amigo e que tem um passado bastante incomum para uma criança – é membro de uma famosa família de assassinos profissionais e veio para o Exame apenas para se divertir.
Forma-se assim o quadro dos mocinhos da trama: Gon, Killua, Leório e Kurapica. É inevitável não comparar este quarteto ao da série Yu Yu Hakusho, também do Togashi, tanto pela aparência dos personagens, quanto pelas suas características mais superficiais. Porém, este não é o cerne da questão.
Ao passo que Yu Yu Hakusho era embasado firmemente nos termos de lutas entre personagens, em Hunter x Hunter o autor explora outras formas de argumentação, e assim as lutas são mais escassas, porém isso nem de longe deixa o mangá maçante ou entediante – ao contrário, ganha em enredo e isso maximiza o impacto dos momentos de ação, quando aparecem.
Mas, ainda assim este se trata de um mangá da Shonen Jump, e portanto não falta luta!
Os personagens principais passam por diversas provas no Exame Hunter, enfrentando obstáculos impostos pelos examinadores, e por outros concorrentes; dentre eles, o mais perigoso é Hisoka, uma homem vestido de palhaço que causa terror entre os participantes do exame e que demonstra ter certo interesse em Gon e Killua (mais para frente este “interesse” se mostra bem mais estranho, mas enfim... etc.).
O conflito entre os participantes do Exame é inevitável e muita luta e ação se desenrola durante as provas, e como é praxe nas publicações da Shonen Jump, os mocinhos vão superando-os com a força da amizade e boa dose de determinação. Não será assim sempre, como os próximos posts sobre este mangá revelarão.
Ao fim, depois de muitas baixas entres os aspirantes a Hunters profissionais, chega-se a última prova que é nada mais, nada menos, do que um Torneio entre os classificados (Lembra ou não lembra o Torneio das Trevas?). Mas este torneio tem regras diferentes, que prefiro não revelar aqui, mas que o leitor vai achar interessante.




        A Família Zaoldyeck



Por fim, um incidente durante a prova faz com que o Killua tenha que voltar apara sua casa, e Gon, certo de que isso não é o desejo de Killua, está decidido á ir resgatá-lo. Para esta empreitada, juntam-se a ele Kurapika, que está esperando por uma certa data para encontrar-se novamente com Hisoka em um novo arco do mangá, e Leório; juntos eles chegam a casa dos Zaoldyeck, a família de Killua.
O universo de Hunter x Hunter é mesmo muito violento – não bastassem as mortes em massa durante o exame (o que já é bastante horrível para imaginar em um mundo comum) o que evidencia ainda mais esta assertiva é o fato de que a casa dos Zaoldyeck, notória família de assassinos profissionais é (pasmem!), um ponto turístico! As pessoas vão até lá em excursões e tiram fotos da propriedade da família, enquanto uma guia conta detalhes da família e insta-os a tirarem fotos.
Em uma dessas excursões chega o trio de heróis, no entanto eles têm dificuldade para poder visitar o amigo, e para isso precisam passar por um treinamento de força física.
Esta é uma parte que o Yoshihiro Togashi poderia ter maneirado um pouco... quer dizer, os personagens, ao fim do treinamento, são capazes de mover toneladas! Desnecessário, na minha opinião – um exagero, na verdade.
Enfim, passados por estas e outras tantas dificuldades, Killua volta a se unir ao grupo, que, mais uma vez, se separa.
Mais um trunfo para o autor: os personagens tem suas próprias motivações, eles não têm que andar juntos a todo momento só porquê sim. Kurapika tem seus assuntos, e portanto vai cuidar deles; Leório tem seu sonho e vai em busca de realizá-lo. O grupo se separa e não volta a se unir até o encontro em York Shin, que será tratado no próximo post.
 Sobram então Gon e Killua, que imediatamente pensam que seria melhor que Gon melhorasse suas técnicas de luta, a fim de devolver um favor a Hisoka, e que precisam de dinheiro também.
E como ele conseguirão isso?
Ora, dando porrada em todo mundo, naturalmente!




       A Arena Celestial


Gon e Killua chegam a uma torre de batalhas aonde se ganha dinheiro à medida que se vai vencendo adversários e subindo os andares. Como era de se esperar, e como é normalmente
nos mangás desta estirpe, os protagonistas não tem dificuldades com os primeiros adversários (como nos torneios de Dragon Ball, lembram? Goku? Kuririn?). Mas nos andares superiores eles descobrem adversários fortes, e um tipo de poder desconhecido para eles: o Nem!
Nem é o tipo de “poder” de Hunter x Hunter, assim como KI é o poder em DBZ, chakra em Naruto, Cosmos em CDZ e tantos outros. Mas há uma diferença que, na minha opinião, é gritante entre estes tipos de poderes: o Nem é muito mais complexo e mais interessante.
Enquanto os demais poderes são basicamente bolas de energia lançadas contra o adversário, o Nem permite ao usuário criar seu próprio poder, de acordo com seu tipo dentre os seis tipos de hatsu e sua personalidade. É interessante como o Togashi usa sua mente doentia para criar poderes cada vez mais complexos e cheios de regras e condições para usá-los! Isso é genial!

A partir daqui o leitor deverá notar que Hunter x Hunter começa a esquentar mesmo!
Bom, Gon e Killua aprendem o Nem com um mestre que os ensina, e deixam a Arena Celestial após isso, sabendo segundo seu mestre que, aprender a manipular o Nem é a última prova para se tornar um Hunter de verdade.
Após deixar a arena Celestial, Gon e Killua voltam a Ilha da Baleia, de onde veio Gon, e lá encontram pistas sobre Ging, pai de Gon. A pista os levará ao leilão de York Shin, onde reencontrarão seus amigos, e que é, para mim, o melhor arco da série!


Estas primeiras partes do mangá apresentam ao leitor a universo de Hunter x Hunter, seus principais personagens, os conceitos gerais, sem cansar ou desmotivar o leitor a prosseguir a leitura. O traço característico do Togashi (às vezes bem desleixado, afinal é um grande preguiçoso) é um charme e dá muito sentimento aos personagens; a história envolve, os personagens cativam, as cenas deixam o leitor sentir a ação ou tensão de maneira ímpar.
Hunter x Hunter não é um shonen comum, não se trata de violência desmedida a troco de nada – antes, é inteligente, e revolucionário em certos aspectos.
Meu próximo post tratará dos acontecimentos a partir de onde parei agora e entrará de vez na genialidade de Togashi que fez de Hunter x Hunter sua melhor obra publicada.


 Links:


2 comentários:

  1. Ansioso pela parte II!
    (^-^)ノ∠※PAN!。.:*:・’゚☆。.:*:・’゚★゚’・:*

    ResponderExcluir
  2. ATENÇÃO SPOILER - ATENÇÃO SPOILER - ATENÇÃO SPOILER

    Muito bom!!!

    Aguardando parte II. =D

    ResponderExcluir